São Paulo – Erguido em 1970 no lugar de uma concha acústica, o tobogã do estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, esteve longe de ser unanimidade. Pelo contrário: a maioria dos comentários parecia ser contra a obra, atrás do gol oposto ao portão principal. Agora, na manhã fria e chuvosa desta terça-feira (29), o tobogã do antigo estádio municipal – inaugurado em 1940 e tombado em 1998 –, começou a virar lembrança, com o início da demolição.
Assim, a derrubada da estrutura foi possível depois que a prefeitura paulistana liberou alvará com a autorização. Segundo o portal G1, as obras no estádio deverão levar mais de dois anos (28 meses), a um custo de R$ 400 milhões. A empresa Allegra Pacaembu venceu polêmico processo de concessão, que inclui o estádio e o ginásio esportivo, pelo período de 35 anos.
Inauguração com Vargas
“A obra começa pela demolição do tobogã porque é a obra mais longa, a obra mais demorada em função do fato de que debaixo da projeção do tobogã nós vamos executar a construção do Centro de Convenções e Eventos”, declarou o CEO do Allegra Pacaembu, Eduardo Barella. “Após a demolição do tobogã, nós vamos fazer uma escavação para 15 metros embaixo do nível da terra. Toda a obra do clube poliesportivo é uma obra de restauro, onde não terá uma intervenção tão significativa.” Onde está o tobogã, será construído um prédio de cinco andares e quatro subsolos.
Com uma série de atividades e com a presença de Getúlio Vargas – o Brasil estava sob a ditadura do Estado Novo –, o estádio municipal foi inaugurado em 27 de abril de 1940. No dia seguinte, os dois primeiros jogos: Palestra Itália (atual Palmeiras) 6 x 2 Coritiba e Corinthians 4 x 2 Atlético Mineiro. O primeiro gol foi marcado pelo paranaense Zequinha.
Durante 10 anos, o estádio municipal paulistano foi o maior do país, até a inauguração do Maracanã, construído para a Copa de 1950. Torcedores mais antigos sempre lembram da voz do locutor oficial: “O seu, o meu, o nosso Pacaembu!”. No mesmo ano em que foi inaugurado, nasceu em Três Corações (MG) o menino Edson Arantes de Nascimento, depois conhecido como Pelé.
Fonte: Rede Brasil Atual